Com democracia, unidade e coragem, Fenafar encerra 11º Congresso

Depois de quatro dias intensos de debates, reflexões e construções coletivas, nos despedimos de Ouro Preto (MG) com a sensação de dever cumprido e um futuro ainda mais fortalecido para a luta farmacêutica no Brasil. 

Na manhã desta sexta-feira, (8/8) foi realizado a plenária final e o processo eleitoral que definiu a nova Diretoria da Fenafar para a gestão 2025-2029. O presidente Fábio Basílio foi reconduzido como presidente para a nova gestão de 4 anos. A escolha democrática reafirma o compromisso da entidade com a participação ativa da base e o fortalecimento da organização sindical. 

Os participantes do congresso também aprovaram, por aclamação, a Carta de Ouro Preto, documento que sintetiza os compromissos assumidos durante o congresso. A Carta é um marco orientador das ações da Fenafar nos próximos anos, especialmente no enfrentamento dos desafios do trabalho farmacêutico e na defesa da saúde pública e do SUS. 

O Congresso aprovou também, um conjunto de diretrizes e propostas construídas coletivamente nas plenárias e nos grupos de trabalho, que irão orientar a ação sindical, política e institucional da Fenafar nos próximos anos.  

As propostas aprovadas reforçam o compromisso com a valorização do trabalho farmacêutico, o fortalecimento da organização sindical, a defesa intransigente do SUS e a ampliação das políticas públicas de assistência farmacêutica, sempre com foco nas necessidades da população e na construção de um projeto de país mais justo e soberano. 

A plenária final, também aprovou diversas moções políticas e de solidariedade e repúdio, expressando o posicionamento da Fenafar diante de temas relevantes para a categoria farmacêutica, o mundo do trabalho e a sociedade brasileira.  

As moções manifestaram apoio a lutas sindicais em curso, repudiaram práticas antissindicais, defenderam a democracia, os direitos sociais e a valorização dos profissionais de saúde.  

A Fenafar agradece a todas e todos que contribuíram para o sucesso deste encontro histórico. Seguimos juntos, com mais unidade, força e esperança, para defender os direitos da categoria e lutar por um Brasil mais justo, com saúde e trabalho digno para todos. 

Documentário sobre os 20 anos da PNAF emociona participantes do 11º Congresso da Fenafar

Durante o 11º Congresso da Fenafar, um dos momentos mais marcantes foi a exibição do documentário “Acontece porque o Brasil tem direito: 20 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF)”, seguida de um debate emocionado entre os participantes do Congresso que acontece em Ouro Preto-MG.

Gravado em diversas regiões do Brasil, o documentário revela, por meio de histórias reais, o impacto concreto da assistência farmacêutica na vida das pessoas — desde o acesso a medicamentos essenciais até a luta coletiva pela saúde como direito e pela soberania nacional.

A produção é fruto de uma parceria entre o Instituto Escola Nacional dos Farmacêuticos (Enfar) e o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DAF/SECTICS/MS), com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A exibição provocou aplausos, lágrimas e reflexões. A diretora de Relações Institucionais da Fenafar, Isabela de Oliveira Sobrinho, iniciou o debate visivelmente emocionada:

“Não tem como a gente não se emocionar. Essa política só existe porque há pessoas sérias, comprometidas com o acesso universal e com a garantia de que os medicamentos cheguem até os lugares mais distantes do país. Isso não foi dado, foi conquistado com luta e bravura.”

Isabela destacou que a Fenafar sempre fez questão de contar a história dessas conquistas:

“Esse documentário mostra que deu certo. E deu certo porque enfrentamos o sistema, mesmo sendo perseguidos ou estigmatizados. Isso não pode nos abalar.”

Ao lado dela estavam Silvana Nair Leite, diretora de Educação da Fenafar e uma das idealizadoras do documentário, e Marco Aurélio Pereira, diretor do DAF/MS, ambos integrantes da equipe que conduziu a construção da obra.

Silvana compartilhou os bastidores do processo de produção:

“Buscamos exemplos reais do impacto da política em todo o Brasil, e não foi difícil encontrá-los. A emoção vem porque muitos se reconhecem naquelas histórias. Farmacêuticos e farmacêuticas de diferentes gerações se veem ali, se sentem pertencendo a algo maior, a um processo coletivo de transformação social.”

Ela também apontou a importância de se dar destaque aos exemplos que funcionam:

“Costumamos olhar o copo meio vazio. Esse documentário é sobre o copo meio cheio. É um vídeo de celebração. Mostrar que em muitos lugares está funcionando ajuda a inspirar mudanças onde ainda não funciona.”

Marco Aurélio, enfatizou o impacto do filme dentro do próprio Ministério da Saúde:

“Muitas vezes, quem trabalha com aquisição e logística não consegue enxergar o resultado final. Mostramos para as equipes que aquilo que fazem chega até a população, que o trabalho delas tem um propósito. Esse vídeo ajuda a reconectar as pessoas com o sentido do seu trabalho.”

O diretor também destacou a importância de envolver os usuários do SUS na compreensão do papel da assistência farmacêutica e mencionou a necessidade de divulgar o vídeo amplamente:

“Ajuda a disputar a narrativa pública sobre o SUS. Em tempos em que somos bombardeados por notícias negativas, precisamos mostrar que vale a pena lutar. A assistência farmacêutica funciona, muda vidas e é fruto de um projeto político construído coletivamente, com protagonismo da Fenafar, dos trabalhadores e dos usuários.”

A sensibilidade da equipe da Clementina Filmes, responsável pela direção, também foi destacada. A obra foi idealizada por Fernanda Manzini, Silvana Nair Leite e Adelir da Veiga, e construída com roteiro coletivo e uma estética cinematográfica que valoriza as histórias humanas por trás das políticas públicas.

Entre os depoimentos emocionantes que surgiram durante o debate, uma farmacêutica aposentada relatou:

“Assisti e chorei. Porque eu me vejo ali. Eu participei dessa construção, ainda que numa pequena parte. Entrei na área da saúde na ditadura, fui à Brasília, enfrentei polícia, lutei. E ver o resultado disso tudo me faz sentir que valeu a pena.”

Outro depoente, resumiu:

“A gente vê que escolheu estar no lugar certo. Ver esse cuidado, essa preocupação com o outro… é emocionante. Dá vontade de fazer parte disso.”

O documentário está disponível no canal do Ministério da Saúde no YouTube e tem sido amplamente exibido em universidades, congressos e espaços de formação. A expectativa é que sirva de instrumento pedagógico, político e inspirador para a valorização da assistência farmacêutica e a defesa do SUS como direito de todos.

📺 Assista ao documentário no YouTube do Ministério da Saúde
20 Anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica

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Essa história é de todos nós. E ainda está sendo escrita.

Desafios e contribuições do trabalho e educação farmacêutica para responder às necessidades sociais

A Mesa 4 do 11º Congresso da Fenafar, realizada no dia 7 de agosto, discutiu o tema “Desafios e Contribuições do Trabalho e da Educação Farmacêutica para Atender às Necessidades Sociais do País”. Foi um espaço de profunda reflexão sobre o papel da formação e do trabalho farmacêutico na construção de um país mais justo e com saúde integral. 

Sob coordenação de Maria Helena Braga, coordenadora geral do Instituto ENFar, a mesa teve como palestrante principal a professora Olgamir Amâncio, da Universidade de Brasília (UnB), que trouxe uma contribuição potente e crítica para o debate. 

Com uma fala abrangente e reflexiva, Olgamir Amâncio ressaltou a necessidade de uma formação acadêmica e profissional que esteja profundamente vinculada às demandas sociais e aos territórios, superando os limites da formação tradicional fragmentada e verticalizada ainda presente em muitas instituições. 

Ao abordar os desafios e contribuições do trabalho e da educação farmacêutica, ela defendeu uma abordagem integrada, interdisciplinar e intersetorial, que articule teoria e prática e esteja comprometida com a humanização dos processos formativos.  
 
Olgamir alertou para os impactos da tecnologia e da pandemia de COVID-19, que aprofundaram a mercantilização da educação e o individualismo, características de uma lógica de formação moldada pelo capital. Para ela, é fundamental combater essa lógica e promover uma formação voltada para a emancipação humana, que valorize os vínculos comunitários e a solidariedade. 

A professora também sublinhou a importância de reconhecer os territórios como espaços vivos de produção de saber, onde os saberes populares e ancestrais dialogam com os saberes acadêmicos. Essa perspectiva, segundo ela, amplia o horizonte da formação e qualifica o cuidado em saúde. 

Por fim, Olgamir defendeu a superação da formação tecnicista e a construção de uma educação crítica e comprometida com a transformação social. Citou a experiência do SUS como um modelo avançado de articulação entre trabalho, educação e participação social, e destacou o papel estratégico da extensão universitária na construção coletiva do conhecimento e na promoção da justiça social. 

Após a palestra, os participantes foram divididos em grupos para discutir perguntas reflexivas relacionadas ao tema. Os resultados dessas discussões foram apresentados em plenária e comentadas pelos debatedores. 

Deick Rodrigues Quaresma do Sindifarma-PA e diretor suplente da Fenafar mencionou a preocupação com a formação dos farmacêuticos, criticando a educação a distância (EAD) e a formação de colaboradores em vez de farmacêuticos. Ele enfatizou a necessidade de melhorar a formação e a comunicação entre os sindicatos e a base, além de retomar a proximidade com os diretórios acadêmicos. 

Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento professora da UFOP destacou a importância do diálogo entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação para promover projetos de extensão e melhorar a formação dos profissionais. Ela também destacou a necessidade de cuidar da saúde mental dos estudantes, especialmente após a pandemia. 

Silvana Nair Leite professora da UFSC e diretora de Educação da Fenafar 

Silvana agradeceu a oportunidade de participar do congresso e destacou a evolução da formação farmacêutica ao longo das décadas e a necessidade de questionar e problematizar as práticas de trabalho. Silvana enfatizou a importância da formação crítica e do papel dos sindicatos na formação dos profissionais. Ela também apontou a necessidade de uma educação emancipadora e coletiva, que vá além das especializações individuais. 

Durante sua análise a palestrante Olgamir Amâncio destacou a importância do movimento sindical como uma escola de formação e a necessidade de uma compreensão mais ampla da luta de classes. Ele elogiou a metodologia do congresso e a importância do debate sobre o assédio moral e sexual. Olgamir também apontou a necessidade de uma formação adequada para os professores, a importância da extensão universitária e a necessidade de uma educação que dialogue com a realidade social e promova a transformação. 

A mesa concluiu com uma forte defesa da formação humanística, crítica e reflexiva, comprometida com os princípios do SUS e com a transformação da realidade social. A formação farmacêutica deve contribuir para a construção de um país com justiça social, saúde como direito e participação cidadã. 

Como sintetizou Olgamir, ao citar Anísio Teixeira: “A sabedoria é a subordinação do saber ao interesse humano, e não ao interesse do saber pelo saber.” 

Esse foi o espírito que atravessou toda a mesa: o compromisso com uma formação que forme não apenas profissionais técnicos, mas sujeitos éticos, críticos e engajados com a transformação do Brasil. 

Debate no 11º Congresso reafirma compromisso com a luta coletiva e valorização da categoria farmacêutica 

Na tarde do segundo dia do 11º Congresso da Fenafar, a 4ª mesa temática reuniu profissionais e especialistas para discutir o tema “O legado e os desafios da organização e unidade sindical farmacêutica”. Com uma abordagem crítica e propositiva, o debate reforçou a urgência de renovação do movimento sindical diante das transformações do mundo do trabalho e da ofensiva sobre os direitos trabalhistas. 

Coordenada por Daniela Santos Oliveira, diretora de Juventude e Direitos Humanos da Fenafar e do Sindicato dos Farmacêuticos de Sergipe, a mesa teve como principal palestrante o advogado trabalhista e assessor jurídico sindical José Geraldo Santana, referência na defesa dos direitos da classe trabalhadora. 

Um diagnóstico contundente: desmonte e resistência 

Santana abriu sua intervenção com um resgate histórico do papel dos sindicatos nas conquistas sociais do Brasil, denunciando os efeitos devastadores da Reforma Trabalhista de 2017, que, segundo ele, teve como objetivo central “desmontar a espinha dorsal da defesa dos direitos sociais”. 

O jurista também criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, ao longo dos últimos anos, legitimaram práticas como a terceirização irrestrita, a pejotização e a retirada de garantias da Justiça do Trabalho, minando a capacidade de reação e representação das entidades sindicais. 

“A estratégia é clara: esvaziar os sindicatos para enfraquecer a luta coletiva. Mas não há conquistas sem organização. A história prova que só a mobilização constrói direitos”, afirmou. 

Durante sua fala, Santana destacou uma série de desafios que exigem respostas urgentes do movimento sindical: O avanço da informalidade e das novas formas de contratação, como MEIs e profissionais pejotizados; A dificuldade de comunicação com uma base jovem e fragmentada; A necessidade de reformular estruturas e métodos, mantendo a essência combativa; A construção de uma pauta nacional unificada, com piso salarial referência e o fortalecimento da formação política, como ferramenta de resistência e renovação. 

Santana encerrou com uma convocação à esperança ativa: “Nenhum direito foi dado; todos foram conquistados. E ainda há muito o que conquistar. O sindicato continua sendo o instrumento insubstituível dessa caminhada.” 

Diálogo em grupos: experiências e estratégias 

Na sequência, os participantes se dividiram em grupos para responder perguntas orientadoras e discutir caminhos práticos para o fortalecimento sindical. A apresentação dos resultados evidenciou realidades diversas, mas também anseios comuns por mais articulação, formação e inovação. 

A etapa final da mesa foi marcada pelas contribuições de debatedores com atuação direta nas bases sindicais. 

Holdack Velloso, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco, enfatizou o papel da comunicação estratégica como ponte entre o sindicato e a categoria. Ele defendeu a criação de encontros jurídicos regulares entre os sindicatos para alinhar atuações e fortalecer a frente jurídica da classe. 

Wille Calazans, do Sindicato dos Farmacêuticos do Mato Grosso, relatou os impactos da crise política e sanitária no estado e chamou atenção para o crescimento dos grandes conglomerados farmacêuticos, que fragilizam os vínculos laborais. Defendeu ainda a qualificação das lideranças sindicais como fator central para a sustentabilidade e eficácia da luta. 

Santana retomou a palavra para reforçar que educação política e comunicação são os grandes vetores de transformação. Ele também ressaltou a importância de atrair novos perfis de trabalhadores para o movimento, em sintonia com as transformações do setor. 

O debate foi encerrado com uma mensagem clara: os tempos exigem coragem, criatividade e unidade. O movimento sindical farmacêutico precisa adaptar-se às novas formas de trabalho, fortalecer suas pautas nacionais e construir pontes reais com a base, especialmente com a juventude. 

A atividade deixou um recado firme e inspirador do advogado José Geraldo Santana: 
“Só a luta coletiva constrói conquistas. E é ela que deve seguir nos guiando no enfrentamento dos desafios atuais e na construção de um futuro melhor para a categoria farmacêutica e toda a classe trabalhadora.

Debate na 2ª mesa do Congresso destaca desafios e conquistas da Assistência Farmacêutica no Brasil 

Na manhã dessa terça-feira (6), a categoria farmacêutica se reuniu para discutir o papel das farmacêuticas e dos farmacêuticos na defesa da saúde e da assistência farmacêutica. A segunda mesa do 11º Congresso, coordenada pelo Primeiro Secretário da entidade, Dalmare Anderson de Sá, foi marcada por uma rica troca de experiências, análises políticas e propostas concretas para o fortalecimento da profissão e da saúde pública. 

A atividade foi aberta com a palestra do diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF/MS), Marco Aurélio Pereira, que fez uma análise sobre a trajetória da assistência farmacêutica no Brasil e os caminhos para sua consolidação como política pública estruturante do SUS. 

Marco Aurélio relembrou marcos históricos da profissão, como a criação da Política Nacional de Medicamentos, o fortalecimento do SUS e a implementação do Programa Farmácia Popular, destacando que foi coordenador da iniciativa entre 2010 e 2016. Ele apontou os desafios enfrentados ao longo das décadas, como a resistência à chegada dos medicamentos genéricos e a ameaça constante de retrocessos, como a proposta de venda de medicamentos em supermercados. 

“A organização e a luta da categoria foram fundamentais para as conquistas que temos hoje. Precisamos manter a vigilância e ampliar a presença dos farmacêuticos nos espaços de decisão, pois somos a profissão da saúde mais acessível à população brasileira”, afirmou. 

O palestrante também alertou para a urgência de garantir soberania nacional na produção de medicamentos e insumos estratégicos, especialmente após as fragilidades expostas pela pandemia da Covid-19. 

Dinâmica participativa e debates 

Após a palestra, os congressistas se dividiram em grupos para discutir perguntas orientadoras, refletindo sobre os desafios locais e nacionais da assistência farmacêutica.  
 
Na sequência, os resultados dos grupos foram apresentados em plenária, revelando a diversidade das realidades enfrentadas em todo o país, mas também a potência da categoria em construir caminhos coletivos. 

Em seguida os debatedores fizeram uso da palavra para comentar. Representando a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH), a farmacêutica Maely Peçanha Fávero Retto destacou o avanço das práticas clínicas e a importância da aproximação da SBRAFH com a Fenafar, numa articulação entre o movimento sindical e as entidades científicas.  
 
Ela relembrou sua trajetória como servidora pública no Rio de Janeiro, com dupla jornada no SUS, e criticou a precarização das condições de trabalho, como a retirada da insalubridade dos profissionais que manipulam quimioterápicos. 

“A gente precisa se reconhecer como trabalhadoras e trabalhadores da saúde, com direitos. Somos agentes centrais no cuidado, na educação em saúde, no acesso a medicamentos e também no enfrentamento à desigualdade e à violência. Precisamos ocupar esses espaços com protagonismo e qualificação”, defendeu. 

O presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará, André Cavalcante, trouxe uma provocação importante ao plenário: a necessidade de a Fenafar intensificar sua atuação na defesa das e dos profissionais que atuam no setor privado. 

“O farmacêutico do comércio não parou na pandemia. Estava lá, atendendo, muitas vezes sem EPI, sem reconhecimento, sem insalubridade. E ainda hoje, sofre com assédio moral, sobrecarga e precarização”, afirmou. 

De volta à plenária, Marco Aurélio retomou a palavra para chamar a atenção para os riscos da desinformação: “Estamos entrando em um período eleitoral e os ataques virão não só contra o governo, mas contra o SUS e a própria assistência farmacêutica. Precisamos estar preparados, com dados, com discurso, com unidade”. 

Ao final, ele fez um apelo à categoria: “Se não formos nós, que estamos do lado certo da história, a defender o que é público, ninguém fará por nós”. 

Abertura do Congresso tem defesa enfática do SUS, da Assistência Farmacêutica e da soberania nacional 

O 11º Congresso da FENAFAR foi oficialmente aberto na noite de segunda-feira, 5 de agosto, em Ouro Preto (MG), com uma cerimônia marcada por discursos contundentes em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), da Assistência Farmacêutica e da soberania nacional. A mesa de abertura reuniu autoridades, representantes da academia, da sociedade, lideranças sindicais. 

Durante o seu discurso, o presidente da FENAFAR, Fábio José Basílio, destacou a importância do congresso como espaço de debate político, técnico e estratégico para a profissão farmacêutica. Ele relembrou os 50 anos de história da FENAFAR, celebrados em 2024, e homenageou os ex-presidentes que construíram a trajetória da entidade, ressaltando que “nada se faz sozinho; tudo é resultado de construção coletiva”. 

Fábio agradeceu a diretoria que encerra seu mandato, exaltando o compromisso e a dedicação de cada dirigente, e fez questão de destacar o trabalho da equipe que contribuiu para a realização do congresso. Em sua fala, reafirmou a centralidade da luta pelo piso nacional farmacêutico, denunciou os riscos da liberação da venda de medicamentos em supermercados, e defendeu a farmácia como um espaço de cuidado em saúde, não de comércio. 

Ao declarar oficialmente aberto o 11º Congresso da FENAFAR, Fábio exaltou a simbologia de Ouro Preto, sede da primeira Escola de Farmácia da América Latina, como palco para reafirmar os compromissos da categoria com a saúde pública, a democracia e a justiça social. “As lutas são grandes, mas a vitória é certa, porque estamos do lado certo”, concluiu.

O prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo, acolheu os congressistas, destacando a tradição científica, política e cultural da cidade. Ele lembrou a relevância histórica da Escola de Farmácia da UFOP e exaltou o congresso como espaço de construção de propostas e afirmação de compromissos éticos. 

O diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais, Rilke Novato Públio, destacou o papel da FENAFAR na luta por uma assistência farmacêutica qualificada, pela ampliação do acesso a medicamentos e pelo uso racional de medicamentos. 

Marco Aurélio Pereira, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, ressaltou a trajetória histórica da FENAFAR, a necessidade de alinhar as pautas da profissão com os interesses do povo brasileiro e reafirmou o compromisso com o fortalecimento da Assistência Farmacêutica. 

Ronald Ferreira dos Santos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, fez um chamado à responsabilidade da categoria frente à conjuntura nacional. Ele alertou para os riscos de retrocesso, exaltou a importância da democracia e reforçou o papel da farmácia na defesa da vida. 

Participando virtualmente, Fernanda Lou Sans Magnano, presidenta do Conselho Nacional de Saúde, ressaltou a importância da contribuição da farmácia para as políticas públicas e destacou o papel estratégico da profissão no avanço da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.  

Representando o Conselho Federal de Farmácia, a conselheira Júlia de Medeiros destacou a necessidade de diálogo constante entre os diferentes segmentos da profissão e a construção de políticas públicas que valorizem o trabalho farmacêutico. 

O vereador de Belo Horizonte, Bruno Pedralva, destacou a importância da luta pela assistência farmacêutica pública e gratuita. Ele mencionou a resistência contra a privatização das farmácias dos centros de saúde e a importância da militância na defesa do SUS. Bruno enfatizou a necessidade de discutir a política nacional e refletir sobre o cuidado e a assistência às pessoas 

Lourdes Machado, presidenta do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, fez um discurso firme em defesa do SUS e contra as tentativas de privatização dos hospitais. Enfatizou a importância do controle social e da representação dos trabalhadores nos espaços de deliberação. 

O representante do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Sebastião Ferreira, enfatizou o papel do congresso na valorização da profissão farmacêutica e convidou os presentes a participarem do 17º Congresso de Farmácia de Minas Gerais. 

Glenda Nicioli da Silva, diretora da Escola de Farmácia da UFOP, e Geraldo Célio Brandão, ex-diretor da instituição, deram as boas-vindas em nome da academia. Glenda enfatizou o papel social da farmácia e a simbologia de Ouro Preto como cidade de resistência e transformação. Brandão relembrou a tradição crítica da Escola e a contribuição da profissão para a formulação de políticas públicas de saúde. 

Maria Helena Braga, coordenadora geral do Instituto Escola Nacional dos Farmacêuticos, apontou o compromisso da FENAFAR com a democracia e com a construção de uma sociedade equânime, ressaltando a importância de práticas colaborativas e da valorização do conhecimento compartilhado. 

Representando os estudantes, Luís Felipe Silva Santos, do Centro Acadêmico Livre de Farmácia José Badini, destacou a importância do engajamento da juventude farmacêutica. Defendeu coragem, compromisso social e memória histórica como pilares para a construção de um futuro justo e democrático. 

Mesa de Abertura foi composta por: 

Fábio José Basílio – Presidente da FENAFAR 

Rilke Novato Públio – Diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais 

Marco Aurélio Pereira – Diretor do DAFI/Ministério da Saúde 

Ronald Ferreira dos Santos – Coordenador de articulação da Secretaria-Geral da Presidência da República 

Fernanda Lou Sans Magnano – Presidenta do Conselho Nacional de Saúde (participação online) 

Ângelo Osvaldo – Prefeito de Ouro Preto 

Bruno Pedralva – Vereador de Belho Horizonte 

Sebastião Ferreira – Diretor do CRF-MG, representando a presidência 

Júlia de Medeiros – Conselheira federal de farmácia por MG, representando o presidente do CFF 

Lourdes Machado – Presidenta do Conselho Estadual de Saúde de MG 

Glenda Nicioli da Silva – Diretora da Escola de Farmácia da UFOP 

Geraldo Célio Brandão – Ex-diretor da Escola de Farmácia da UFOP 

Maria Helena Braga – Coordenadora geral do Instituto Enfar 

Luís Felipe Silva Santos – Representante do Centro Acadêmico Livre de Farmácia José Badini 

11º Congresso inicia com reflexões sobre as crises e seus impactos no mundo do trabalho 

A primeira mesa de debates do 11º Congresso da Fenafar, realizada na tarde do dia 5 de agosto, abordou o tema “Quais os impactos das crises econômica e política no mundo do trabalho para as farmacêuticas e os farmacêuticos?”, reunindo sindicalistas e especialistas para uma discussão qualificada, coletiva e propositiva. 

Com coordenação de Renata Gonçalves, presidenta do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo e diretora de Relações Institucionais da Fenafar, a mesa abriu os trabalhos com uma reflexão sobre os desafios enfrentados pela categoria nos últimos anos.  

Renata apontou como as políticas econômicas globais e nacionais afetam diretamente as negociações salariais e as condições de trabalho. Segundo ela, “é preciso dar visibilidade a esses impactos e fortalecer a mobilização da categoria”. 

A exposição principal foi feita pelo sociólogo Luiz Carlos da Silva, que possui ampla experiência em assessoria sindical e parlamentar. Luiz Carlos traçou um panorama histórico das transformações do capitalismo e como elas têm gerado insegurança e precarização nas relações de trabalho. Ele também ressaltou o poder crescente das grandes corporações farmacêuticas (Big Pharma), os efeitos do neoliberalismo nas políticas públicas e a urgência de os profissionais de saúde, especialmente farmacêuticos, se articularem mais com a sociedade. 

Luiz Carlos também abordou o desinvestimento em ciência e tecnologia, fazendo um chamado à categoria para ocupar espaços de diálogo e decisão política. “É preciso romper a bolha e comunicar à população a importância estratégica do nosso trabalho para a saúde e a soberania nacional”, afirmou. 

Dinâmica participativa: perguntas reflexivas e construção coletiva 

Após a palestra, os congressistas foram divididos em quatro grupos e participaram de uma dinâmica inovadora, discutindo três perguntas reflexivas: 

Como enfrentar o poder das grandes corporações farmacêuticas e os impactos do monopólio das redes de farmácias nas condições de trabalho? 

De que forma os sindicatos podem se organizar frente à alta dos juros, ao subfinanciamento do SUS e ao avanço de projetos políticos conservadores? 

Como construir propostas de jornadas de trabalho mais justas e sustentáveis, que valorizem a qualidade de vida dos farmacêuticos? 

O debate evidenciou que as crises recentes, combinando instabilidade política, recessão econômica e avanço de grandes corporações no setor, têm aprofundado a precarização das relações de trabalho. A concentração de mercado, em que apenas três redes detêm mais de 50% do varejo farmacêutico, foi apontada como um dos fatores que fragilizam a autonomia técnica do farmacêutico e priorizam interesses comerciais sobre a função sanitária das farmácias.

Entre as principais pautas comuns levantadas pelos grupos, destacam-se:

Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e fim da escala 6×1, com valorização salarial e condições dignas.

Fortalecimento das entidades sindicais e dos conselhos profissionais, ampliando a articulação com o Ministério Público do Trabalho e demais órgãos de defesa dos direitos trabalhistas.

Uso estratégico da Lei nº 13.021/2014, que reconhece a farmácia como estabelecimento de saúde, para garantir o cumprimento do papel clínico do farmacêutico.

Aprimoramento da comunicação e da formação política, atraindo novos profissionais à sindicalização e ampliando o diálogo com estudantes, trabalhadores e sociedade.

Ocupação de espaços políticos e de controle social, incentivando a eleição de representantes da categoria e participação ativa em conselhos e conferências de saúde.

As propostas incluíram desde a criação de aplicativos para facilitar denúncias trabalhistas até a formação de frentes parlamentares em defesa do trabalho farmacêutico. Houve consenso de que a resistência exige unidade, mobilização e estratégia, tanto no campo jurídico e sindical quanto na esfera legislativa.

Os grupos também denunciaram o impacto das políticas de austeridade e das reformas regressivas — como a Reforma Trabalhista e o teto de gastos — sobre o financiamento do SUS e a valorização profissional. Para enfrentar esse cenário, defenderam uma agenda que una sindicatos, movimentos sociais, universidades e outras categorias da saúde na luta por juros mais baixos, justiça fiscal e fortalecimento dos serviços públicos.

As falas dos participantes reforçaram que o farmacêutico precisa ser reconhecido como trabalhador essencial à saúde e à comunidade, rompendo com a visão mercantilizada imposta pelas grandes redes. “A luta é para que o farmacêutico seja visto como profissional da saúde, não da doença”, resumiu um dos representantes.

A síntese dos trabalhos da Mesa 1 será incorporada ao documento final do Congresso, servindo de referência para a atuação da Fenafar e dos sindicatos nos próximos anos, com uma agenda que alia defesa da saúde pública, soberania nacional e valorização da categoria.

Debatedores reforçam necessidade de organização e ação política 

A mesa foi finalizada com comentários dos debatedores, Fábio Basílio, presidente da Fenafar; Júnia Dark Vieira Lelis Ligório, coordenadora do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais e diretora de Formação Sindical da Fenafa e o próprio palestrante, Luiz Carlos da Silva. 

Os debatedores reforçaram o chamado à organização sindical e à participação política da categoria, tanto nas pautas corporativas quanto nos grandes temas nacionais, como a defesa do SUS, a regulação do mercado farmacêutico e a proteção dos direitos trabalhistas. 

Com uma metodologia dinâmica e centrada no protagonismo dos participantes, a Fenafar dá o tom de um congresso que busca construir caminhos concretos para o fortalecimento da profissão e da luta em defesa da saúde pública. 

O 11º Congresso da Fenafar segue até 8 de agosto, em Ouro Preto (MG), reunindo farmacêuticos de todo o país. Acompanhe a cobertura completa nas redes sociais da Fenafar.

11º Congresso da Fenafar aprova mudanças no estatuto para fortalecer a luta da categoria 

No primeiro dia do 11º Congresso da Fenafar, realizado de 5 a 8 de agosto de 2025, em Ouro Preto/MG, foram aprovadas importantes alterações no Estatuto da entidade. As mudanças refletem os avanços nas lutas da categoria e a necessidade de adaptar a estrutura da entidade aos novos desafios da conjuntura política, do mundo do trabalho e da atuação sindical. 

Mandato de 4 anos e ampliação da participação 

Uma das principais mudanças foi a ampliação do mandato da diretoria, que passa de três para quatro anos. O Congresso também passará a ser realizado ordinariamente no final de cada gestão. A mudança busca garantir maior continuidade na implementação das diretrizes aprovadas pela categoria, além de possibilitar mais estabilidade na condução das lutas políticas e sindicais da Federação. 

Criação de novas diretorias estratégicas 

A Fenafar também aprovou a reestruturação e ampliação de sua diretoria em três áreas estratégicas que refletem os desafios contemporâneos enfrentados pela categoria: 

A Diretoria de Juventude e Direitos Humanos foi dividida em duas: Diretoria de Juventude e Diretoria de Direitos Humanos e Diversidade, permitindo que a Fenafar atue com mais profundidade em temas essenciais para o presente e o futuro da profissão. 

Foi criada ainda a Diretoria de Meio Ambiente e Crise Climática, para permitir proposição e coordenação de ações relacionadas ao enfrentamento da crise climática, com foco nos impactos na saúde pública e nas condições de trabalho das farmacêuticas e dos farmacêuticos. 

Essas mudanças têm objetivo estratégico: aprofundar o trabalho da Federação nas áreas que exigem atenção contínua e especializada, como a participação da juventude farmacêutica nas entidades sindicais, o enfrentamento das desigualdades sociais, e os impactos das alterações no clima na saúde pública e nas condições de trabalho. 

As atribuições específicas de cada diretoria foram detalhadamente definidas no novo Estatuto, contemplando ações de articulação com movimentos sociais, promoção de políticas públicas, campanhas educativas e fortalecimento da atuação sindical em temas transversais. 

Novas formas de realização das reuniões 

Foi aprovada também a possibilidade de realização de reuniões deliberativas da Fenafar na modalidade híbrida ou virtual, sempre assegurando os princípios da democracia interna, com participação ampla e votação segura. A medida reconhece os avanços tecnológicos e a importância de facilitar a participação de dirigentes de todas as regiões do país. 

O presidente da Fenafar, Fábio Basílio, celebrou as mudanças: “As alterações fortalecem a Fenafar para os próximos desafios. Ampliamos a representatividade e colocamos no centro do debate temas fundamentais para a categoria.” 

Transição e implementação das mudanças 

Para viabilizar a nova estrutura estatutária, o Congresso aprovou disposições transitórias que garantem a implementação imediata das novas diretorias nesta gestão (2025-2029), com nomeações realizadas durante o próprio 11º Congresso. A eleição regular dessas diretorias será realizada no 12º Congresso, com inclusão formal nas chapas. 

11º Congresso da Fenafar divulga programação completa

Landing page do Congresso: [https://congresso.fenafar.org.br/

A Fenafar divulgou a programação completa do 11º Congresso Nacional, que acontecerá de 5 a 8 de agosto de 2025, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Ouro Preto (MG). Com o tema “Trabalho, Saúde e Democracia no Brasil: desafios e contribuições das farmacêuticas e dos farmacêuticos”, o evento reunirá farmacêuticos(as) de todo o país em quatro dias de debates aprofundados, deliberações e fortalecimento da organização sindical farmacêutica. 

Além do Congresso, acontecerá também o Seminário Nacional sobre Gestão e Trabalho Farmacêutico nos 20 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), reforçando a importância da categoria na defesa do SUS e da assistência farmacêutica de qualidade. 

Mesas temáticas 

A programação do Congresso foi cuidadosamente construída para contemplar os temas centrais que impactam a profissão farmacêutica e a saúde pública no Brasil. Serão quatro mesas temáticas: 

1 – Quais os impactos das crises econômica e política no mundo do trabalho para as farmacêuticas e os farmacêuticos? 

Coordenação: Renata Gonçalves (presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo e diretora de Relações Institucionais da Fenafar) 

Palestrante: Luis Carlos da Silva – Graduado em Ciências Sociais, pela UFMG. Com especializações em Gestão Pública e Gestão Ambiental. Com atuação no assessoramento sindical, parlamentar e a outras instituições.

Debatedores: Luis Carlos da Silva; Fábio Basílio (presidente da Fenafar); Júnia Dark Vieira Lelis Ligório (Sindicato dos Farmacêuticos de MG e diretora de Formação Sindical da Fenafar) 

2 – O papel das farmacêuticas e dos farmacêuticos na defesa da saúde e da assistência farmacêutica 

Coordenação: Dalmare Anderson de Sá (primeiro secretário da Fenafar) 

Palestrante: Marco Aurélio Pereira, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF/MS) 

Debatedores: Marco Aurélio Pereira; André Cavalcante (Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará); Maely Peçanha Fávero Retto (presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde – SBRAFH) 

3 – O legado e os desafios da organização e unidade sindical farmacêutica 

Coordenação: Daniela Santos Oliveira (Sindicato dos Farmacêuticos de Sergipe e diretora de Juventude e Direitos Humanos da Fenafar) 

Palestrante: José Geraldo Santana, advogado trabalhista e assessor jurídico sindical 

Debatedores: José Geraldo Santana; Holdack Velloso (Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco e diretor Regional Nordeste da Fenafar); Wille Calazans (Sindicato dos Farmacêuticos do Mato Grosso e diretor Regional Centro-Oeste da Fenafar) 

4 – Desafios e contribuições do trabalho e da educação farmacêutica para atender as necessidades sociais do país 

Coordenação: Maria Helena Braga (coordenadora-geral do Instituto Escola Nacional dos Farmacêuticos – ENFar) 

Palestrante: Olgamir Amâncio, professora da Universidade de Brasília 

Debatedores: Olgamir Amâncio; Deick Rodrigues Quaresma (Sindicato dos Farmacêuticos do Pará); Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento (professora da Escola de Farmácia da UFOP); Silvana Nair Leite (diretora de Educação da Fenafar e professora da Universidade Federal de Santa Catarina) 

A programação inclui ainda o lançamento de livros, a exibição do documentário “Acontece porque o Brasil tem direito: 20 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica”, e a plenária final, onde serão aprovadas as diretrizes da federação e realizada a eleição da nova diretoria da Fenafar.

Além das discussões temáticas, o Congresso também contará com momentos culturais e de integração, reforçando a simbologia de Ouro Preto – cidade histórica e lar da primeira Escola de Farmácia da América Latina, que completará 186 anos em 2025. 

Dinâmica inovadora e participativa 

A metodologia adotada no 11º Congresso é um dos destaques do evento. Cada mesa contará com: 

Palestra expositiva (30 minutos): apresentação do tema por especialista convidado(a). 

Dinâmica em grupos (1h30): congressistas serão divididos em até quatro grupos para debater o tema, responder perguntas reflexivas e elaborar diretrizes. 

Apresentação dos resultados (40 minutos): cada grupo terá 10 minutos para apresentar suas conclusões. 

Comentários dos debatedores (30 minutos): convidados(as) complementam e aprofundam os debates. 

Essa estrutura garante um espaço amplo de construção coletiva e troca de experiências, valorizando a participação de todas as pessoas presentes. 

Detalhes do evento 

📍 Local: Centro de Convenções da UFOP – Ouro Preto/MG 
📅 Data: 5 a 8 de agosto de 2025 
🎯 Tema: “Trabalho, Saúde e Democracia no Brasil: desafios e contribuições das farmacêuticas e dos farmacêuticos” 

 

 

Fenafar e Enfar participam de reunião no MEC sobre readequações no decreto da EaD na saúde

Nesta quinta-feira (10/07), a Fenafar e o Instituto Enfar participaram, juntamente com demais entidades farmacêuticas, de uma reunião estratégica com a Secretaria de Educação Superior (SESU) do MEC para discutir readequações no Decreto nº 12.456/2025, que regulamenta o ensino a distância (EaD) no Brasil.

A reunião contou com a presença do presidente da Fenafar, Fábio Basílio, da coordenadora geral do Instituto Enfar, Maria Helena Braga, de representantes da SESU/MEC, da Faculdade de Farmácia da UFJF, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), da Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico (Abef) e da Secretaria Nacional de Participação Social da Presidência da República.

O encontro foi solicitado pelas entidades farmacêuticas com o objetivo de dialogar com o MEC e buscar apoio para uma readequação do decreto, que, segundo os participantes, cria distorções na formação em saúde e subvaloriza parte das profissões da área, ao permitir modelos híbridos ou à distância para algumas categorias, como Farmácia.

Durante a reunião, os representantes destacaram que a formação a distância não oferece condições adequadas de aprendizado prático, essencial para o exercício das profissões da saúde, especialmente no contexto do SUS e de suas demandas nos diferentes níveis de atenção.

Outro ponto importante abordado foi o papel estratégico dos farmacêuticos na promoção, prevenção e recuperação da saúde, além da contribuição direta da categoria para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico do país, um setor que, segundo os participantes, deve ser prioridade do Estado brasileiro.

O debate reforçou também a histórica relação da categoria farmacêutica nos movimentos sociais e no controle social e a prioridade do atual governo para com o setor farmacêutico.