A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Goiás (SinfarGO) manifestam veemente repúdio à proposta de criação do curso de graduação em Engenharia Farmacêutica pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Tal iniciativa é injustificável, pois desconsidera que o curso de Farmácia já forma profissionais plenamente capacitados para atuar em todas as etapas da cadeia produtiva da indústria farmacêutica: pesquisa, desenvolvimento, inovação, produção, controle e garantia da qualidade de medicamentos, vacinas, biofármacos, imunobiológicos e insumos. Criar uma graduação paralela significa fragmentar saberes, sobrepor atribuições e enfraquecer a identidade profissional.
Ressaltamos ainda que a proposta de criação de um curso de Engenharia Farmacêutica pelo Instituto de Química da UFG já nasce com um equívoco conceitual. Trata-se de uma graduação que não se origina nem no campo da Farmácia, nem no da Engenharia, mas na Química. Esse desvio de base compromete ainda mais a legitimidade do curso, evidenciando sua falta de consistência regulatória.
A profissão farmacêutica é regulamentada pela Lei nº 3.820/1960 e pelo Decreto nº 85.878/1981, que definem como privativas do farmacêutico atividades como fabricação, controle, inspeção e análise de fármacos, medicamentos e insumos. Ignorar essa legislação significa expor estudantes ao risco de se formarem em uma carreira sem reconhecimento, criando um limbo regulatório e profissional.
Além disso, reduzir a formação em fármacos e medicamentos a aspectos meramente técnicos das engenharias contraria as necessidades do Brasil. O farmacêutico é um profissional de saúde, cuja formação integra inovação tecnológica, produção e cuidado, sempre com foco na proteção da saúde humana e animal. A Fenafar reafirma que a essência da profissão é garantir o acesso da população à assistência farmacêutica, fortalecendo o SUS e a promoção da saúde.
Por isso, solicitamos à UFG que suspenda a proposta de criação do curso de Engenharia Farmacêutica e reafirme seu compromisso com a valorização da formação em Farmácia, respeitando a legislação e fortalecendo a profissão.