A postura da Abrafarma de ser contra o fim da escala 6×1 é, no mínimo, uma prova gritante de como as redes de farmácias enxergam seus trabalhadores: números, não pessoas.
Para os farmacêuticos e farmacêuticas, que vivem na pele o que é suportar jornadas extenuantes, sem condições adequadas de descanso, essa resistência dos empresários não é nenhuma surpresa.
Afinal, é do nosso suor que eles tiram o lucro – e não do discurso de “preocupação com o atendimento ao público” – como querem fazer parecer.
Quem realmente conhece o “chão da farmácia” sabe que essa “preocupação” é uma desculpa esfarrapada para não perder dinheiro.
Ano após ano, os lucros do setor farmacêutico batem recordes, movimentando bilhões de reais. As redes têm caixa para melhorar as condições de trabalho, mas resistem, pois, isso significaria uma redução nos lucros dos acionistas.
Essa é a realidade nua e crua: quanto menos folga do trabalhador, mais ganhos para os patrões.
No entanto, o impacto dessa exploração afeta a saúde dos farmacêuticos, que enfrentam desgaste físico e mental, tornando o ambiente de trabalho insustentável e prejudicando até a qualidade do atendimento.
A escala 6×1, tira dos trabalhadores o tempo para viver fora do trabalho – sobra cansaço, falta convivência com a família, lazer e momentos de diversão que são essenciais para a saúde e o bem-estar.
É hora de deixar claro: quem cuida da saúde da população também merece condições dignas de trabalho.
A Fenafar, repudia essa visão desumana que coloca o lucro acima da qualidade de vida dos profissionais.
O fim da escala 6×1 é mais que uma questão de folga – é sobre respeito e dignidade para quem está na linha de frente.