Plebiscito Nacional Popular 2025 mobiliza o Brasil por justiça social e trabalho digno

Fenafar integra construção da consulta popular que vai ouvir a população sobre redução da jornada de trabalho, fim da escala 6×1 e justiça tributária

Em 2025, o Brasil está sendo convocado a participar de um importante exercício de democracia participativa: o Plebiscito Nacional Popular, iniciativa construída coletivamente pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o apoio de movimentos sociais, centrais sindicais, entidades estudantis, culturais e religiosas, organizações da sociedade civil e partidos políticos comprometidos com a justiça social.

A população será chamada a opinar sobre:
– a redução da jornada de trabalho sem redução de salário,
– o fim da escala 6×1,
– a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e
– a taxação dos super-ricos.

A Fenafar e os sindicatos de farmacêuticos filiados estão engajados neste processo, por entender que os temas em debate são estratégicos para a valorização do trabalho e o fortalecimento do Estado democrático de direito.

Serão duas perguntas sobre os temas:
1 – “Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?”
2 – “Você é a favor de que quem ganha mais de R$50.000 mensais pague mais imposto para que quem recebe até R$5.000 mensais não pague imposto de renda?”

A votação será realizada de forma presencial e digital, e o resultado será divulgado no 7 de setembro, durante o tradicional Grito dos Excluídos.

Redução da jornada: mais empregos, saúde e qualidade de vida

A Constituição de 1988 estabeleceu a jornada semanal de 44 horas, mas, com os avanços tecnológicos, o aumento da produtividade e as transformações no mundo do trabalho, essa lógica precisa ser revista. A proposta de reduzir a jornada sem cortar salários tem potencial para gerar milhões de empregos, enfrentar a informalidade e melhorar a qualidade de vida da população trabalhadora.

Longas jornadas estão entre as principais causas de adoecimento físico e mental, como estresse, depressão e doenças cardiovasculares. Reduzir a carga horária é, portanto, uma medida de saúde pública e de justiça social.

A mudança também tem um impacto direto na vida das mulheres, historicamente sobrecarregadas com as tarefas do cuidado e do trabalho doméstico. Com mais tempo livre, é possível promover maior equilíbrio nas relações de gênero e ampliar a participação das mulheres na vida pública, política e comunitária.

Fim da escala 6×1: respeito ao tempo e à dignidade

A escala 6×1, que impõe seis dias de trabalho para um único dia de descanso, é uma realidade exaustiva para milhões de brasileiros. Nos setores do comércio, de serviços e de saúde, essa prática é sinônimo de desgaste físico e psicológico.

A proposta do plebiscito defende escalas de trabalho mais humanas e sustentáveis, com períodos adequados de descanso e convívio familiar. Trata-se de valorizar o tempo do trabalhador para além da produção: o direito ao lazer, ao estudo, à cultura e ao cuidado com a própria saúde.

Justiça tributária: isenção para quem ganha menos, taxação para quem ganha mais

O sistema tributário brasileiro é um dos mais injustos do mundo. Enquanto a população de renda mais baixa paga proporcionalmente mais impostos, os muito ricos seguem acumulando fortunas sem a devida contrapartida fiscal.

O plebiscito propõe isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida que beneficiaria diretamente a classe trabalhadora e a população de menor renda. Ao mesmo tempo, defende a taxação dos super-ricos, com alíquotas progressivas sobre lucros, dividendos e grandes fortunas — um passo necessário para reduzir desigualdades e garantir recursos para políticas públicas essenciais.

Com mais justiça fiscal, é possível ampliar os investimentos em áreas estratégicas como saúde, educação, assistência farmacêutica e seguridade social.

Uma convocação à democracia direta

O Plebiscito Nacional Popular 2025 é mais do que uma consulta: é um movimento pedagógico e de organização popular. Em um cenário de crescente despolitização, o plebiscito surge como resposta democrática, com capilaridade nos territórios, nos locais de trabalho e estudo, nas ruas e redes sociais.

Comitês estão sendo formados em todo o país, e a mobilização inclui formações populares, ações de comunicação e articulações locais. O objetivo é construir um processo enraizado, participativo e transformador.

A saúde e os direitos em primeiro lugar

A Fenafar participa ativamente, integra a construção do plebiscito com a convicção de que a valorização do trabalho está diretamente ligada à defesa do Sistema Único de Saúde. A Fenafar reforça o chamado a toda a categoria farmacêutica, aos movimentos sindicais e populares: é hora de somar forças, mobilizar as bases e construir coletivamente esta importante ferramenta de participação e transformação social.

Josemar Sehnem – Ascom Fenafar